sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Resumo do texto "Porque devemos agir eticamente?"


O que farias se como o pastor referido na República de Platão encontrasses um anel que te permitisse tornar invisível?
Esta é uma pergunta à qual não há uma resposta à qual muitas pessoas respondam segundo a ética.O que acontece no nosso mundo é que muitas pessoas são levadas a escolher o enriquecimento ilícito, ou mesmo o enriquecimento por acumulação infinita de dinheiro.
Aristóteles diria que estas pessoas acreditam que dinheiro é riqueza e confundem o meio com o fim.Afirmava: “Como pode algo ser riqueza se posso possui-lo em superabundância e, no entanto morrer de fome? “.A ganancia por vezes faz nos esquecer daquilo que realmente precisamos e fazer coisas que eticamente são erradas.Parece, deste modo, que estamos perdidos no mundo do lucro e talvez não consigamos alterar o rumo das nossas vidas.
De facto, não é assim!
-Quais as obrigações de todos nós no mundo rico, quando há pessoas a morrer lentamente à fome?
-O que se pode fazer acerca do ódio racista, que impede as pessoas de viverem umas com as outras?
-O que podemos fazer para acabar com a violência doméstica e com todos os tipos de violência?
-Como podemos mudar o nosso comportamento, de forma a preservar o sistema ecológico do qual depende a totalidade do planeta?
Colocar as questões anteriores é procurar um fundamento, uma base mais sólida ou racional para a ética.
Pensar e agir ou ter uma perspectiva teórica e prática da ética é procurar um princípio abrangente para nos guiarmos na procura de sentido par a nossa existência.Este princípio prende-se com a diminuição da dor e do sofrimento, encontrem-se eles onde se encontrarem.Sabemos por experiência própria que a saúde quando fragilizada passa para primeiro lugar.Se adoptarmos um ponto de vista do universo, poderemos reconhecer a urgência de fazermos alguma coisa relativamente à dor e ao sofrimento dos outros. Estaremos deste modo a agir mais racionalmente, porque mais amplas e que dizem respeito a todos os seres do universo. Se pelo contrário agirmos apenas de acordo com a nossa razão subjectiva estaremos a ser menos racionais , pois, neste caso a nossa razão é tão só uma “pequena” razão.
-Comparando a necessidade das pessoas que morrem à fome com o desejo de provar vinhos, este torna-se insignificante.
-Analisando à luz do sofrimento de coelhos imobilizados em cujos olhos se deitam gotas de champô, o champô torna-se um objecto indigno.
-A preservação de florestas seculares deveria sobrepor-se ao nosso desejo de usar papel de cozinha descartável.
-A procura da paz deveria sobrepor-se a qualquer desejo de poder e de domínio sobre os outros.
-Uma abordagem ética não proíbe a diversão, mas altera o nosso sentido das prioridades.
-Todo o esforço utilizado para estarmos no centro das atenções, como vestir de acordo com a moda, ter o melhor carro, a melhor casa, torna-se desproporcionado para quem quer alterar a sua perspectiva de vida.

Se 10 por cento da população assumisse uma perspectiva conscientemente ética da vida e agisse de acordo com os princípios éticos que procurou, a alteração daí resultante seria mais significativa do que qualquer mudança de governo, pois não é do interesse dos políticos pôr em causa os pressupostos fundamentais da sociedade que foram eleitos para chefiar.Temos de dar o primeiro passo. Temos de restaurar a ideia de viver uma vida ética como uma alternativa realista e viável, ao predomínio do interesse próprio, do egoísmo que actualmente se impõe.
Defenderemos novas causas e descobriremos que os nossos objectivos se alteram. Uma coisa é certa: encontraremos muitas coisas para fazer que valem a pena. Não nos aborreceremos, nem faltará sentido de realização nas nossas vidas.
E o mais importante, saberemos que não vivemos e morremos para nada reagimos à quantidade de dor e sofrimento no universo tentando transformar o mundo num lugar melhor.

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